Brasil
Amazonas Registra Segundo Maior Número de Queimadas em Setembro desde 1998

O estado do Amazonas enfrenta um alarmante aumento nas queimadas em setembro, marcando o segundo pior desempenho desde o início do monitoramento em 1998, conforme dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até sexta-feira (29), foram registrados 6.871 focos de incêndio, ficando atrás apenas do recorde de 8.659 focos do ano anterior.
Em 2023, o total de focos de incêndio já chega a 14.682, superando a média histórica anual de 9.617. Setembro é tradicionalmente o mês mais crítico para queimadas no Amazonas, devido à estiagem.
A Amazônia Legal, que abrange a região, registrou 32.094 focos em setembro, uma queda em relação aos 48.570 de 2022. Isso também fica abaixo da média mensal de 45.352. O bioma amazônico seguiu a mesma tendência, com 25.414 pontos de queimadas em setembro, abaixo da média mensal de 32.477.
As preocupações se estendem além da preservação ambiental, impactando diretamente na saúde da população. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do WWF Brasil revelou um aumento nas internações hospitalares por problemas respiratórios nos últimos dez anos, devido às queimadas na Amazônia.
Nos estados da Amazônia Legal, como Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Acre, houve um aumento notável nas internações relacionadas à alta concentração de fumaça. No Amazonas, 87% das internações estão associadas a essas condições, enquanto no Pará esse índice é de 68%, e em Mato Grosso e Rondônia é de 70%.
As doenças respiratórias resultantes da exposição à fumaça de incêndios florestais foram responsáveis por 70% das internações hospitalares nos quatro estados analisados.
A situação preocupa as autoridades e organizações de saúde, ressaltando a urgência de medidas para combater as queimadas e proteger a saúde da população afetada. A CNN procurou o governo do Amazonas para obter comentários sobre os dados, mas ainda não obteve resposta até o momento.
Fonte: CNNBrasil