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Uma investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil da Bahia e pelo Ministério Público Estadual revelou um esquema alarmante de desvio de armas envolvendo policiais civis e militares, culminando na exoneração do delegado Nilton Tormes, ex-coordenador do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom).
O caso
A operação que desencadeou a investigação ocorreu em 11 de julho de 2024, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Inicialmente divulgada como uma das maiores apreensões de armas do ano, a ação conjunta entre o Depom e a Coordenação de Recursos Especiais (Core) resultou na recuperação de seis fuzis, uma submetralhadora e mais de mil munições. No entanto, apurações posteriores indicaram que ao menos 20 armas estavam no local — sugerindo que 14 delas foram desviadas pelos envolvidos.
Envolvidos
Entre os denunciados estão:
-Roque de Jesus Dórea, capitão da Polícia Militar
-Ernesto Nilton Nery Souza, soldado da PM
-Jorge Adisson Santos da Cruz, ex-PM demitido em 2015 por envolvimento em extorsão e sequestro seguido de morte2
O delegado Nilton Tormes, peça-chave na operação, foi exonerado em março de 2025. Segundo depoimentos, ele teria autorizado a ação e participado de reuniões estratégicas com os demais envolvidos.
Tortura e mortes
A investigação também revelou que dois homens — Joseval Santos Souza e seu enteado Jeferson Sacramento Santos — foram sequestrados, torturados e mortos durante a operação. Os policiais teriam exigido R$ 30 mil das famílias das vítimas para libertá-los. Os corpos foram encontrados com sinais de tortura, e o uso do cartão bancário de uma das vítimas ajudou a conectar os desaparecimentos ao esquema.
Desdobramentos
O delegado Adailton Adam, da Delegacia Antissequestro, foi responsável por ligar os crimes ao grupo de policiais. Em agosto de 2024, os principais suspeitos foram presos, e a investigação segue em curso, expondo um grave caso de corrupção e violência dentro das forças de segurança da Bahia1.
