Brasília, 20 de agosto de 2025 — A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira uma operação contra o pastor Silas Malafaia, investigado por suposta tentativa de obstrução de Justiça no processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares que proíbem Malafaia de deixar o país.
Abordagem no desembarque
O cumprimento dos mandados ocorreu no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, logo após o pastor desembarcar de um voo vindo de Lisboa. Agentes federais o abordaram e o conduziram para prestar depoimento nas dependências do aeroporto.
Celulares apreendidos e restrições impostas
Durante a operação, foram apreendidos celulares e outros dispositivos eletrônicos de Malafaia. Além disso, ele está proibido de manter contato com outros investigados no mesmo processo, incluindo Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro.
Suspeita de articulação golpista
Segundo relatório da PF, há indícios de que Malafaia atuou como orientador e auxiliar em ações de coação contra autoridades do STF, com o objetivo de interferir no andamento da Ação Penal nº 2668, que investiga a tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou favoravelmente às medidas, apontando que o pastor estaria associado a práticas ilícitas para favorecer Bolsonaro.
Documento de asilo e mensagens apagadas
A investigação revelou ainda que Jair Bolsonaro teria planejado um pedido de asilo político à Argentina. Mensagens apagadas recuperadas dos celulares de Bolsonaro e Malafaia indicam uma articulação para intimidar autoridades e desestabilizar o processo judicial.
