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Desfile na Paulista com bandeira dos EUA gera polêmica no Dia da Independência do Brasil

Foto: Reprodução 

No último 7 de Setembro, data em que o Brasil celebra sua independência, a Avenida Paulista foi palco de um ato que chamou atenção e gerou intensos debates: apoiadores da direita estenderam uma bandeira gigante dos Estados Unidos em meio às manifestações por anistia aos condenados por atos golpistas.

A presença da bandeira norte-americana em um dia dedicado à soberania nacional foi interpretada por muitos como um sinal de submissão ideológica. Cartazes em inglês com frases como “SOS Trump” e “Help me” reforçaram a mensagem de apelo ao presidente dos EUA, Donald Trump, e à política externa americana.

O deputado Eduardo Bolsonaro, que vive atualmente nos Estados Unidos, afirmou que o ato representava um “protesto pela liberdade” e um “agradecimento” a Trump. No entanto, líderes governistas reagiram com indignação. A ministra Gleisi Hoffmann criticou duramente o gesto, destacando que “em pleno 7 de setembro os partidários de Jair Bolsonaro carregam a bandeira dos EUA, que está impondo um tarifaço e sanções ao Brasil”.

A crítica ganha ainda mais peso diante do recente aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros imposto pelos Estados Unidos. A medida, que afeta diretamente exportadores nacionais, evidencia o desequilíbrio nas relações comerciais entre os dois países — onde o Brasil frequentemente aparece em posição de desvantagem.

A exibição da bandeira americana em um dia de celebração da independência brasileira levanta questões sobre o conceito de patriotismo adotado por certos grupos. Enquanto o governo federal celebrava a data com desfiles cívico-militares e a exaltação da bandeira nacional, os manifestantes na Paulista optaram por enaltecer um país estrangeiro — justamente aquele que, historicamente, tem se beneficiado das negociações bilaterais com o Brasil.

Nas redes sociais, a cena foi amplamente compartilhada e criticada. O líder do governo na Câmara, José Guimarães, classificou os manifestantes como “traidores da pátria” e publicou uma montagem comparando o desfile oficial em Brasília com o ato na Paulista, afirmando: “Eles mudaram de lado! São americanos e traidores da pátria. Nós somos o Brasil soberano”.

O episódio escancara uma contradição: enquanto se reivindica liberdade e soberania, recorre-se à simbologia de uma potência estrangeira que impõe barreiras comerciais ao Brasil. Em um momento em que o país busca reafirmar sua autonomia e reconstruir pontes diplomáticas, a escolha de bandeiras e palavras revela muito mais do que simples preferências políticas — revela uma disputa profunda sobre o significado de ser brasileiro.

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