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A megaoperação policial no Rio de Janeiro surpreendeu o governo federal, que tentou evitar o desgaste político, mas acabou sendo arrastado para o centro da crise de segurança pública.

Foto: Reprodução 

Crise de Segurança no Rio expõe fragilidade da articulação entre estados e governo federal

A manhã de terça-feira, 28 de outubro de 2025, amanheceu com o Rio de Janeiro em estado de choque. Uma megaoperação policial na zona norte da capital fluminense, voltada contra a facção Comando Vermelho, resultou em 64 mortes, tornando-se a ação mais letal da história do estado. A operação, batizada de “Contenção”, envolveu cerca de 2.500 agentes e o cumprimento de 69 mandados de prisão em 180 endereços.

O impacto da operação foi imediato — não apenas nas ruas, mas também nos corredores do poder em Brasília. O Palácio do Planalto foi pego de surpresa e, inicialmente, tentou despolitizar o tema, evitando se posicionar publicamente. No entanto, diante da repercussão nacional e internacional, o governo federal foi forçado a agir.

Enquanto o presidente Lula retornava de uma viagem à Malásia, o vice-presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou uma reunião de emergência no Planalto. Participaram ministros como Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e representantes da Polícia Federal e do Ministério da Justiça.

A reunião teve como pauta central a possibilidade de decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), medida que permitiria o uso das Forças Armadas na segurança pública do estado. Embora alguns ministros tenham defendido a GLO, o consenso foi de que ela só poderia ser adotada se o governador Cláudio Castro reconhecesse publicamente a incapacidade do estado de lidar com a crise.

O governador, por sua vez, acusou o governo federal de omissão, alegando que seus pedidos de apoio — incluindo o uso de blindados — não foram atendidos. Em resposta, o Planalto decidiu enviar uma comitiva ao Rio para avaliar a situação de perto e tentar reconstruir pontes institucionais.

A crise escancarou a fragilidade da articulação entre os entes federativos e reacendeu o debate sobre o papel do governo federal na segurança pública dos estados. A tentativa inicial de manter o tema fora do campo político falhou diante da magnitude da operação e da pressão da opinião pública.

Com o país atento aos desdobramentos, o governo agora enfrenta o desafio de equilibrar a resposta institucional com a necessidade de preservar sua imagem — em um cenário onde segurança pública volta a ocupar o centro do debate nacional.

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