Em recentes depoimentos relacionados a uma possível delação premiada, Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, indicou à Polícia Federal o envolvimento de duas pessoas no crime. Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), foi apontado como suposto mandante, enquanto Jomar Duarte Bittencourt Júnior, conhecido como Jomarzinho, teria vazado informações sigilosas.
Domingos Brazão já foi mencionado em delação anterior por Élcio de Queiroz, ex-policial preso em Brasília, que também incluiu o contraventor Bernardo Bello. Jomarzinho, filho de um delegado da PF, teve sua residência alvo de busca e apreensão pela PF no ano passado. A PF realizou depoimentos de Lessa fora do presídio federal, em Campo Grande (MS), como parte do processo de delação, ainda não homologada. A segurança da família de Lessa teria sido uma das condições para colaborar nas investigações. O advogado de Lessa negou conhecimento sobre a delação, e as defesas de Jomarzinho e Bernardo Bello não foram encontradas para comentários. Domingos Brazão, por sua vez, nega qualquer envolvimento com os fatos, alegando falta de acesso à investigação e desconhecimento dos personagens envolvidos. A PF afirmou que, até o momento, apenas uma delação foi homologada no caso e que as investigações seguem em sigilo.
