O ex-vereador Valdnei da Silva Caires, conhecido como “Bô”, enfrenta nesta quinta-feira (16) o júri popular pelo feminicídio de Beatriz Pires da Silva, jovem de 25 anos que estava grávida de seis meses quando desapareceu em janeiro de 2023. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
O caso que chocou o sudoeste baiano
Beatriz desapareceu após entrar em um carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra da Estiva, cidade onde Valdnei atuava como vereador. Mãe de uma criança de dois anos, Beatriz estava grávida de um bebê que, segundo investigações, seria filho do ex-parlamentar.
A ausência de provas materiais — como o corpo da vítima — não impediu o avanço do processo, sustentado por indícios e testemunhos que apontam para o envolvimento direto de Valdnei no desaparecimento. O Ministério Público o acusa de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e feminicídio.
Júri popular e clima de tensão
O julgamento ocorre no fórum da Comarca de Brumado, cidade vizinha a Barra da Estiva, sob presidência do juiz Genivaldo Alves Guimarães. A sessão começou às 8h30 e mobilizou autoridades locais, familiares da vítima e movimentos sociais que pedem justiça para Beatriz.
A defesa de Valdnei solicitou a transferência do julgamento, alegando riscos à segurança e possível influência do clamor público sobre os jurados. O pedido foi negado, e o júri segue com expectativa de durar até o fim da semana.
Repercussão e luta por justiça
O caso reacendeu debates sobre violência contra mulheres na região e a dificuldade de se obter justiça em crimes sem corpo. Organizações feministas e ativistas dos direitos humanos acompanham o julgamento de perto, destacando a importância de responsabilizar agressores mesmo diante de lacunas materiais.
Beatriz Pires da Silva se tornou símbolo de uma luta maior: a de mulheres que desaparecem sem deixar vestígios, mas cujas histórias não devem ser apagadas.
