A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS intensificou as investigações sobre possíveis irregularidades em convênios firmados com entidades sindicais, com destaque para a atuação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Bahia (Fetag-BA). A CPI apura se houve uso indevido de recursos públicos para beneficiar aliados políticos, especialmente em períodos que antecederam eleições.
Pagamentos a nomes ligados ao PCdoB
Entre os beneficiários dos repasses estão Maria Cristina Vitória, que atuou diretamente na campanha do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), e Aline Ferraz, advogada com vínculos tanto com a Fetag-BA quanto com o ex-deputado Claudio Bastos, também do PCdoB. A investigação identificou ainda pagamentos a ex-vereadores do partido e ex-assessores de parlamentares do PT, sugerindo um possível padrão de favorecimento político.
A CPI quer entender se os valores pagos pela Fetag-BA — que mantém convênios com o INSS para atendimento a segurados — foram utilizados para financiar campanhas ou manter militantes políticos como funcionários. A federação, por sua vez, afirma que todos os nomes citados eram funcionários registrados e que os pagamentos se referem a salários e direitos trabalhistas legalmente devidos.
Avanço das apurações
O relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), já indicou que novas quebras de sigilo bancário e fiscal podem ser solicitadas para aprofundar as investigações. A comissão também estuda convocar parlamentares ligados aos nomes citados, incluindo o deputado Daniel Almeida, para prestar esclarecimentos sobre possíveis indicações políticas.
A CPI já realizou prisões de dirigentes sindicais por falso testemunho e segue analisando documentos e movimentações financeiras que possam comprovar o uso eleitoral de recursos públicos. A expectativa é que o relatório final proponha mudanças nos critérios de fiscalização dos convênios com o INSS, além de responsabilizações civis e criminais.
