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Desigualdades na Alfabetização no Brasil: Desafios e Perspectivas

A última edição da avaliação Progress in International Reading Literacy Study (Pirls), realizada em 2021, destaca que o Brasil ainda enfrenta uma série de desafios para superar as disparidades e aprimorar os índices de alfabetização.

Em comparação com os 43 países que aplicaram os testes para alunos do 4.° ano do ensino fundamental, o Brasil obteve uma média de 419 pontos, numa escala que varia de zero a mil. Essa pontuação ficou ligeiramente acima da marca mais baixa da escala. Assim, o país ficou atrás de nações como Usbequistão e Azerbaijão, e estatisticamente empatado com Irã, Kosovo e Omã.

 

Como é o desempenho do Brasil no ranking global de alfabetização? Pior que  Turquia e Azerbaijão - Estadão

A avaliação avalia as habilidades de leitura dos estudantes, analisando se são capazes de localizar informações, interpretar, articular ideias e analisar de forma crítica o conteúdo do texto. É a primeira vez que o Brasil participa desse processo organizado pela IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), uma cooperativa internacional de instituições de pesquisa, acadêmicos e analistas.

A edição de 2021 enfrentou alguns desafios logísticos de aplicação devido à pandemia. Alguns países, como os Estados Unidos, não aplicaram o exame no 4º ano escolar, mas sim no 5º. Outras nações, como o Japão, optaram por não participar da avaliação. O desempenho no Pirls revela que crianças de nível socioeconômico mais alto obtiveram uma média de 546 pontos, enquanto as de nível mais baixo pontuaram 390.

O Ministério da Educação (MEC) reconheceu o cenário desafiador e afirmou estar trabalhando em políticas voltadas à educação básica e à formação de docentes alfabetizadores. Um desses programas é o Criança Alfabetizada, que em colaboração com Estados e municípios, terá um investimento de R$ 1 bilhão em 2023 e mais R$ 2 bilhões nos próximos três anos. Até o momento, o programa já obteve adesão de 5.390 cidades brasileiras, o que representa 96,8% do total.

O Brasil foi o único participante da América Latina no estudo. No entanto, é importante abordar essa medição da qualidade da educação com cautela, para que não desencadeie uma busca por resultados imediatos. É fundamental repensar as práticas de formação e a perspectiva de alfabetização adotada nas políticas públicas latino-americanas.

É evidente que o Brasil tem muito a aprender com nações que têm se destacado em avaliações internacionais, como Portugal e Inglaterra. Estratégias de avaliação e ensino em tempo integral, juntamente com uma formação de professores mais robusta, são aspectos-chave que merecem atenção. O país possui o potencial de implementar políticas públicas mais eficazes, especialmente em um momento de transição demográfica que oferece novas oportunidades na área educacional. Portanto, pensar grande em educação é um direito que o Brasil não pode deixar de exercer.

Fonte: estadao.com.br

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