Rafaela Treistman, namorada de Ranani Glazer, brasileiro desaparecido em Israel, compartilhou em uma entrevista à CNN neste domingo (8) os momentos de pânico vividos durante o ataque do Hamas ao país.
Eles estavam com um amigo em um festival no Sul do país quando começaram a avistar mísseis no céu. Diante disso, dirigiram-se a um bunker em busca de proteção. “Fomos para uma estrada e percebemos que havia um bunker em um ponto de ônibus. Pensamos que ficaríamos bem ali, já que os mísseis não seriam um problema dentro do bunker. Porém, o local começou a lotar rapidamente. Não consigo precisar quantas pessoas, mas a situação estava tão apertada que mal conseguíamos nos mover”, relatou.
Rafaela Treistman narra que, nesse momento, bombas de gás foram lançadas em direção ao bunker, uma após a outra. “Havia muitos feridos e mortos dentro do bunker. Não tínhamos como sair. Tentamos chamar a polícia, mas estávamos literalmente nos protegendo com os corpos das pessoas que morreram”, descreveu.
“Em certo momento, perdi o contato visual com meu namorado. Não sei se ele se levantou ou saiu. Simplesmente não o vi mais, estava muito desorientada. Desmaiei várias vezes por causa do gás”.
Em seguida, a polícia chegou e avaliou a situação. Rafaela e o amigo deixaram o bunker, mas não encontraram Ranani.
“Era tudo muito confuso. Lembro que, em um momento, ele estava comigo, estávamos em um canto, abraçados, e, no próximo instante, ele não estava mais. Estava tão confusa que perguntei a uma garota ao meu lado ‘Ranani, é você?’. Ela não respondeu”, relembrou.
Rafaela afirma que está mantendo contato com os pais de Ranani. Além disso, os amigos do desaparecido criaram um grupo no WhatsApp para compartilhar informações que possam ser úteis na busca.
“Minha única esperança é saber que ele está bem, rezando para que ele esteja em um hospital e simplesmente não tenha conseguido nos avisar”, expressou.
Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, é o brasileiro que desapareceu em Israel após os ataques do grupo palestino Hamas ao país. Ele chegou a compartilhar em uma rede social, restrita a ‘melhores amigos’, imagens do bombardeio e do bunker.
Fonte: CNNBrasil
