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Arqueólogos descobrem possível maior vala comum da Europa em Nuremberg, Alemanha

Arqueólogos afirmam ter feito uma descoberta significativa no sul da Alemanha, onde acredita-se ter sido encontrada a maior vala comum já escavada na Europa. Cerca de mil esqueletos de vítimas da peste foram desenterrados até o momento em valas comuns localizadas no centro da cidade de Nuremberg, conforme divulgado em um comunicado de imprensa na terça-feira (5).

Os vestígios foram encontrados durante um levantamento arqueológico realizado antes da construção de novos edifícios residenciais na cidade.

Melanie Langbein, do departamento de conservação do patrimônio de Nuremberg, relatou à CNN que foram identificados oito poços de peste, cada um contendo várias centenas de corpos.

“Essas pessoas não foram enterradas em um cemitério comum, embora tenhamos cemitérios designados para a peste em Nuremberg”, disse Langbein. “Isso indica um grande número de pessoas falecidas que precisavam ser enterradas em um curto espaço de tempo, independentemente das práticas funerárias cristãs”, acrescentou. Devido a isso, uma epidemia como a peste é a explicação mais provável para as valas comuns, segundo Langbein.

Nuremberg sofreu surtos de peste a cada 10 anos a partir do século XIV, o que torna desafiador datar os restos mortais.

Os arqueólogos utilizaram a datação por radiocarbono para determinar que uma das valas comuns remonta ao final do século XV ou início do século XVI. Além disso, foram encontrados fragmentos de cerâmica e moedas datadas do final desse período no local.

Uma nota de 1634 detalhando um surto de peste que resultou na morte de mais de 15 mil pessoas entre 1632 e 1633 também foi descoberta. A nota mencionava que quase 2 mil pessoas foram sepultadas perto de St. Sebastian Spital, o local da escavação atual.

Com base nessas evidências, a equipe concluiu que o grupo mais antigo de restos mortais provavelmente data da epidemia de 1632-1633.

Julian Decker, cuja empresa In Terra Veritas está conduzindo a escavação, expressou surpresa com a descoberta. “Não havia indicação de que houvesse sepulturas neste local”, disse ele, acrescentando que, quando os primeiros restos foram descobertos, ele pensou que poderiam ser provenientes dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.

Decker agora acredita que o local pode conter mais de 1.500 corpos. “Pessoalmente, espero que o número chegue a 2.000 ou mais, tornando-o o maior local de sepultamento em massa da Europa”, afirmou ele.

Langbein explicou que a epidemia de 1632-1633 foi mais grave do que as anteriores devido ao impacto da Guerra dos Trinta Anos, uma série de conflitos travados por várias nações europeias de 1618 a 1648. “Nuremberg estava cercada por diferentes tropas e a população vivia em circunstâncias bastante terríveis”, disse ela.

Os túmulos contêm uma amostra representativa da sociedade da época, o que permite aos pesquisadores examinar as características demográficas da população. “Podemos explorar o tamanho e a demografia da cidade com as mesmas ferramentas que uma equipe de censo moderna usaria com uma população recente”, explicou Decker.

O próximo passo é concluir a escavação, limpar e analisar o material ósseo. Além disso, serão realizadas colaborações com instituições interessadas em aspectos específicos das descobertas, como a análise do genoma da peste e a investigação de ovos de parasitas no solo.

“Também estamos planejando uma exposição, mas isso levará algum tempo, então o outono de 2025 seria o mais cedo que poderíamos estar prontos”, concluiu Langbein.

Fonte: CnnBrasil

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