
Nesta segunda-feira (18), o Brasil enfrenta uma crise de saúde pública com os casos de dengue atingindo um recorde alarmante. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrou 1.889.206 diagnósticos confirmados da doença, superando todos os números anteriores da série histórica. O último recorde ocorreu em 2015, com 1.688.688 casos, seguido por 2023, com 1.658.816. Esse panorama contrasta com o início da contagem, em 2000, quando foram relatados 135.228 casos.
Além do aumento exponencial de diagnósticos, a dengue já causou 561 mortes desde o início do ano, enquanto outros 1.020 óbitos estão sob investigação. O Distrito Federal lidera em incidência, com uma taxa de 5.582 casos por 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Goiás. A região Sudeste é a mais afetada, ultrapassando 1.199.238 casos em menos de três meses.
Em relação aos óbitos, 2023 foi o ano com mais registros, totalizando 1.094 mortes, seguido por 2022, com 1.053. No entanto, em 2024, mais da metade desses números já foi atingida, evidenciando a gravidade da situação.
Um estudo realizado pelo pesquisador Christovam Barcellos, da Fiocruz, revela que a dengue está se expandindo para as regiões Sul e Centro-Oeste, onde antes não era tão comum. A análise dos mapas de anomalias de temperatura do Cerrado desde 2023 mostra uma correlação direta com as áreas de maior incidência de dengue, indicando uma possível relação entre o aumento da temperatura e a proliferação do mosquito transmissor da doença.
Segundo Barcellos, “esses mapas eram muito parecidos. A gente colocou os históricos de dengue de 2000 até 2020 em uma máquina, ou mineração de dados, e viu a coincidência de períodos desses indicadores de temperatura. Chamaram a atenção dois fatores importantes, a altitude e essas anomalias de temperatura”.
Diante desse cenário preocupante, medidas urgentes de controle e prevenção são necessárias para conter a propagação da dengue e evitar um agravamento ainda maior da situação de saúde pública no país.